Você sabe o que é pedra na vesícula?
Também conhecida como cálculo biliar, a pedra é formada na vesícula, órgão localizado na parte inferior do lobo direito do fígado, onde a bile se concentra e de onde é espalhada sob a atuação de um hormônio intestinal.
Muitas vezes, não causa nenhum sintoma, exceto quando bloqueia algum ducto biliar. Quando isso acontece, pode causar dor intensa e repentina.
Estima-se que cerca de 10% a 15% da população conviva com o problema, mas somente de 15% a 25% destas pessoas terão sintomas agudos.
Quer saber mais sobre esta condição e se você corre o risco de desenvolvê-la? Continue lendo o artigo e descubra. Boa leitura!
O que é pedra na vesícula?
A pedra na vesícula é um cristal que se forma a partir da alta concentração de colesterol ou da bilirrubina, uma substância produzida pelo fígado como resultado da degradação da hemoglobina.
Pode ser minúscula como um grão de areia, mas também pode ter o tamanho de um limão. Tanto as pedras menores quanto as maiores podem causar muitos problemas.
Nem todo mundo vai sofrer crises agudas, isso ocorre principalmente quando as pedras bloqueiam os ductos biliares, causando dor intensa e repentina.
No primeiro caso (pedras menores), os cálculos podem se deslocar da vesícula para o ducto principal do fígado e também para o pâncreas, causando complicações. Já os cálculos maiores, tendem a obstruir a via de saída da bile, levando à cólicas ou mesmo à inflamação aguda da vesícula.
Geralmente, as pessoas que apresentam sintomas de cálculos biliares necessitam de cirurgia de extração da vesícula biliar.
O que causa pedra na vesícula?
Não se sabe ao certo as causas do problema, mas os médicos acreditam que a doença está relacionada aos seguintes aspectos:
Colesterol alto
Se a sua bile contém muito colesterol, essa pode ser uma causa da pedra na vesícula, mas por quê?
Normalmente, a nossa bile contém substâncias químicas suficientes para dissolver o colesterol excretado pelo fígado. Mas se o fígado excreta mais colesterol do que sua bile pode dissolver, o excesso pode formar cristais e favorecer o aparecimento da pedra na vesícula.
Alta concentração de bilirrubina
A bilirrubina é uma substância produzida pelo fígado como resultado da degradação da hemoglobina durante a filtração dos glóbulos vermelhos. Até aí, tudo bem.
O problema é que algumas condições fazem com que seu fígado produza muita bilirrubina, como no caso da cirrose hepática, algumas infecções do trato biliar e certos distúrbios sanguíneos. Pessoas que sofrem destas condições, podem ter alta concentração de bilirrubina e ter mais chances de desenvolver pedra na vesícula.
Esvaziamento incorreto da vesícula biliar
Se sua vesícula biliar não esvaziar completamente ou com a frequência necessária, a bile pode ficar muito concentrada, e isso contribui para a formação das pedras.
Na literatura nacional, a comunidade médica também associa a condição aos fatores abaixo:
- Dieta rica em gorduras e carboidratos e pobre em fibras;
- Vida sedentária que aumenta o mau colesterol e reduz o colesterol bom;
- Diabetes;
- Obesidade;
- Hipertensão;
- Cigarro;
- Uso prolongado de anticoncepcionais;
- Alto nível do hormônio estrogênio;
- Predisposição genética.
Tipos de cálculos biliares
Os dois tipos mais comuns de cálculos biliares que podem se estruturar na vesícula biliar são:
- Cálculos biliares do colesterol: é o tipo mais comum, também conhecido como cálculo biliar de colesterol, normalmente, surge na cor amarela. Esses cálculos são produzidos, principalmente, pelo colesterol não dissolvido, mas também podem conter outros elementos;
- Cálculos biliares de pigmento: são as pedras marrom-escuras ou pretas que se originam quando a bile possui muita bilirrubina.
Agora que você já conhece as possíveis causas da pedra na vesícula e tipos de cálculos biliares, vamos conhecer os sintomas dessa doença?
Pedra na vesícula: sintomas
Os sintomas de pedra na vesícula costumam aparecer, principalmente, quando os cálculos causam obstrução em algum ducto biliar. Nestes casos, as crises agudas ocorrem mais frequentemente após uma refeição gordurosa e à noite.
Os sintomas mais comuns de pedra na vesícula incluem:
- Dor intensa do lado direito superior do abdômen, que pode irradiar para o tórax ou para as costelas;
- Febre:
- Náuseas e vômitos;
- Icterícia: amarelamento da pele e dos olhos;
- Urina escura;
- Dor de estômago;
- Diarreia;
- Indigestão;
- Temperatura alta.
Sintomas que exigem pronto atendimento
Caso você sinta dores intensas e persistentes no lado direito do abdômen, procure imediatamente um médico para poder realizar os exames necessários e chegar a um diagnóstico.
Agora que você já sabe quais os sintomas de pedra na vesícula, vamos conhecer o grupo de risco, ou seja, os indivíduos que têm mais chance de desenvolver a doença.
Pedra na vesícula: saiba se você corre esse risco
Muitos fatores podem alterar a composição da bile e acionar o gatilho de formação das pedras. Alguns fatores que aumentam o risco são:
- Vida sedentária;
- Elevação do LDL (mau colesterol) e diminuição do HDL (bom colesterol);
- Diabetes;
- Obesidade;
- Hipertensão (pressão alta);
- Uso prolongado de anticoncepcionais;
- Elevação do nível de estrogênio – o que explica a incidência maior de cálculos biliares nas mulheres;
- Ter 40 anos ou mais;
- Ser adepto de uma dieta rica em gordura e colesterol;
- Ter um histórico familiar;
- Possuir certos distúrbios sanguíneos, como anemia falciforme ou leucemia;
- Ser portador de doença hepática.
Curiosidade
Você sabia que pessoas de nacionalidade americana ou hispânicos de origem mexicana têm mais chances de desenvolver pedra na vesícula do que outra nacionalidade? Quer saber mais sobre essa doença?
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Complicações da pedra na vesícula
Pessoas que sofrem com os cálculos biliares podem atrair as seguintes complicações:
- Inflamação da vesícula biliar: é quando uma pedra se aloja no infundíbulo da vesícula biliar, o que pode ocasionar em uma inflamação chamada de colecistite. Seus sintomas podem ser dores intensas e febre;
- Bloqueio do ducto biliar comum: os cálculos são capazes de bloquear os ductos biliares, no qual a bile flui da vesícula biliar ou do fígado para o intestino delgado. Os principais sintomas podem ser dor intensa, icterícia e infecção do ducto biliar;
- Bloqueio do ducto pancreático: vale ressaltar que o ducto pancreático é um tubo que se origina no pâncreas e se conecta ao ducto biliar comum. Os sucos pancreáticos, que ajudam na digestão, fluem por meio do ducto pancreático. Portanto, um cálculo biliar pode causar um bloqueio neste ducto, o que pode ocasionar em uma inflamação do pâncreas, também conhecida como pancreatite;
- Câncer de vesícula biliar: os indivíduos com histórico de pedra na vesícula têm um risco maior de ter câncer de vesícula biliar. Porém, esse tipo de câncer é bastante raro, ou seja, embora exista esse risco, a probabilidade de desenvolver a doença é muito pequena.
O que comer?
A dieta para quem tem pedra na vesícula é voltada para os alimentos ricos em água e baixa gordura. Veja abaixo, os alimentos que podem ser consumidos por quem sofre desta condição:
- Frutas;
- Vegetais cozidos;
- Aveia e cereais integrais;
- Tubérculos, como batata, inhame, ou mandioca;
- Leite de vaca desnatado;
- Leites vegetais;
- Carnes magras, como peixe ou frango;
- Água, sucos naturais e chás.
Quem tem pedra na vesícula pode comer ovo?
Essa é uma pergunta bem comum entre pacientes que sofrem com esse problema.
O ovo é um grande estimulador da contratilidade e movimentação da vesícula biliar e, caso o paciente seja portador de cálculos / pedras, pode desencadear uma crise aguda de dor ou mesmo inflamação.
Pedra na vesícula é perigoso?
Se não tratada adequadamente, a pedra na vesícula pode evoluir para uma inflamação e posterior infecção, chamada colangite, que é quando ocorre a obstrução do ducto biliar.
Essa infecção pode ser bastante dolorosa e ocasionar aumento do tamanho do fígado, abcessos e, em alguns casos, pode levar à morte.
Como tratar pedra na vesícula?
Dentre os tratamentos para pedra na vesícula, a cirurgia e o uso de medicamentos são os mais indicados. Veja a seguir em quais casos eles podem ser aplicados:
Medicamentos
Os medicamentos utilizados visam, basicamente, o tratamento dos sintomas da doença, como as dores, cólicas e enjoos, portanto são paliativos.
Cirurgia de pedra na vesícula
Para os pacientes que sofrem com crises recorrentes, a melhor alternativa de tratamento é realizar a cirurgia de pedra na vesícula, mas por quê?
Como a vesícula não é um órgão vital ao organismo, ela pode ser retirada sem causar mal ao paciente, pois a sua função é apenas armazenar a bile.
Após a cirurgia de retirada da vesícula, a bile vai diretamente do fígado para o intestino delgado, sem complicações. No entanto, apesar de não afetar a digestão, a eliminação do órgão pode causar diarreia temporária após a operação.
Tipos de cirurgias
Os dois tipos mais comuns de cirurgia para retirar a vesícula são:
- Convencional: também conhecida como cirurgia aberta. A técnica convencional é realizada por meio de um corte maior no abdômen para a retirada do órgão. A recuperação dos pacientes é um pouco mais demorada, além de deixar visível uma cicatriz com a retirada da vesícula. Além disso, a via convencional tem sido cada vez menos utilizada;
- Laparoscopia: a cirurgia por laparoscopia é feita por vídeo. São realizados quatro furos no abdômen, com tamanhos de 0,5 a 1,0 cm, ou seja, bem pequenos, por onde são passados os instrumentos e uma pequena câmera. Essa técnica é a melhor opção para a retirada da vesícula, pois sua recuperação é mais rápida, com menor dor, cicatrização mais rápida e cortes menores.
É extremamente importante ressaltar que ambas cirurgias são executadas sob anestesia geral, o paciente não sentirá nenhuma dor durante o procedimento.
Quando visitar o médico?
Se você tem sintomas, faz parte do grupo de risco, ou se realizou um exame de imagem do abdome por outro motivo, mas que terminou encontrando como achado a presença de pedras na vesícula, é necessário que seja avaliado por um especialista.
A pedra na vesícula pode ser silenciosa e só com um diagnóstico clínico adequado é possível identificar a doença e propor o tratamento correto e adequado para o seu caso.
Independentemente da sua idade ou fatores de risco, visitar um especialista periodicamente é imprescindível para prevenir e detectar condições precocemente.
Para isso, conte com a Clínica Vitálica.
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