Hérnia Abdominal

Você reparou que está com uma leve protuberância na região da virilha ou umbigo, e pode sentir a saliência com a palpação? Cuidado, você pode estar com uma hérnia abdominal.

Esse problema também traz sintomas como dor ou inchaço no local, especialmente depois de realizar esforços ou ao evacuar e tossir? 

Mas fique tranquilo! Com o diagnóstico correto e o tratamento adequado é possível resolver o problema. 

Continue lendo o artigo e saiba tudo sobre essa doença, que muitas vezes pode ser silenciosa, mas que deve ser tratada o quanto antes.

O que é hérnia abdominal?

A  hérnia abdominal é uma condição comum que ocorre quando as vísceras se projetam para fora da aponeurose, formando uma saliência no local. Isso pode ocorrer pela fraqueza dos músculos que sustentam os órgãos internos ou outras doenças associadas.

Tipos de hérnia abdominal

De acordo com a Sociedade Brasileira de Hérnia e Parede Abdominal (SBH) há quatro tipos de hérnias abdominais. Veja a seguir um pouco sobre cada uma delas:

Hérnia umbilical

Hérnia Umbilical

Como o próprio nome já diz, ocorre ao redor do umbigo e é mais comum em recém-nascidos e crianças de até um ano. É resultado do fechamento inadequado do orifício por onde passa o cordão umbilical na gestação. 

Mas a hérnia umbilical também pode acometer adultos. Nestes casos, sua principal causa é o esforço abdominal intensificado.

Outros fatores que causam aumento na pressão dentro do abdômen como: gestação ou obesidade, também podem causar hérnias umbilicais.

Hérnia epigástrica

Ocorre na linha média do abdome, logo acima do umbigo. Nela, o tecido adiposo se projeta através da parede abdominal, formando um pequeno caroço saliente.

É mais comum em homens com fraqueza dos músculos abdominais. O excesso de peso, assim como o levantamento de objetos pesados pode originar a condição.

Hérnia incisional

Hérnia Incisional

Essas hérnias ocorrem junto a cicatrizes de cirurgias. São bem comuns, e podem aparecer logo após o procedimento ou até meses ou anos depois. 

Tem maior incidência em cortes verticais e ocorrem porque a cirurgia enfraquece a parede abdominal e isso favorece que o intestino ou outro tecido se projete para fora do músculo.

Hérnia inguinal

Ocorre na região da virilha e é quando os intestinos ou a gordura do abdômen se projetam através da parede abdominal e descem em direção à virilha.

De acordo com o Johns Hopkins Medicine, existem 2 tipos de hérnias inguinais:

Hérnia inguinal indireta

Este é o tipo mais comum de hérnia em homens, e está presente desde o nascimento. O testículo, que começa dentro do abdômen, precisa descer por uma abertura na região da virilha para chegar ao escroto (o saco que contém os testículos). Se esta abertura não fechar no nascimento, desenvolve-se uma hérnia inguinal.

Hérnia inguinal direta

Ocorre com mais frequência em homens adultos. Assim como as hérnias umbilicais, é causada pela fraqueza dos músculos abdominais ou esforço repetitivo e levantamento de peso. 

Este é o tipo mais comum e costuma aparecer em pessoas de mais idade pelo enfraquecimento natural da parede abdominal. Não costuma representar risco à saúde, mas pode causar dor ao levantar, evacuar ou tossir. 

Quem tem mais chance de ter uma hérnia inguinal?

De acordo com o National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases (NIDDK), este é o grupo mais propenso a desenvolver hérnias inguinais:

  • Homens e mulheres entre 75 a 80 anos;
  • Crianças de 0 a 5 anos;
  • Bebês prematuros.

As hérnias inguinais também são mais comuns em:

  • Homens: são de 8 a 10 vezes mais propensos a desenvolver hérnias inguinais do que as mulheres;
  • Homens que fizeram prostatectomia (remoção da próstata);
  • Pessoas com histórico familiar de hérnias inguinais;
  • Pessoas que têm um índice de massa corporal (IMC) baixo;
  • Pessoas com distúrbios do tecido conjuntivo.

Agora que você já sabe o que é hérnia de parede abdominal, já conhece os tipos, e quem está mais propenso a desenvolvê-la, é hora de saber sobre os sintomas de hérnias abdominais:

O que causa hérnia abdominal?

Segundo a University of Michigan Health (UMHS), a hérnia da parede abdominal é causada pela fraqueza dos músculos do abdômen. Mas, pode ser potencializada pelos seguintes fatores: 

  • Envelhecimento;
  • Tosse crônica;
  • Levantamento de peso frequente;
  • História de hérnias anteriores;
  • Infecção (especialmente após a cirurgia);
  • Lesões na região abdominal;
  • Obesidade;
  • Gravidez;
  • Esforço exagerado durante a evacuação ou micção;
  • Desnutrição.

Hérnia abdominal: sintomas

Como falamos no início, nem sempre uma hérnia causa dor. Por isso, é preciso ficar atento aos sinais do corpo. Para saber como identificar hérnia abdominal, fique atento aos seguintes sintomas : 

  • Uma protuberância na virilha;
  • Em homens, uma protuberância no escroto (saco que guarda os testículos);
  • Desconforto, dor, peso ou queimação na virilha;
  • Pode piorar quando você se esforça, tosse ou fica em pé por muito tempo e melhora quando descansa ou se deita.

Estes são alguns sintomas de hérnia abdominal interna e não representam riscos imediatos ao paciente. No entanto, fique atento aos seguintes sintomas, eles podem representar risco de morte.

Hérnia abdominal: sinais de problemas

Uma complicação da hérnia abdominal é o seu estrangulamento, ou seja, um pedaço do intestino pode ficar preso e interromper o fluxo sanguíneo para o tecido. Isso pode causar necrose, infecção e a necessidade de uma intervenção urgente para ressecção intestinal.

Estes são os sinais de uma hérnia estrangulada:

  • Náuseas e/ou vômitos; 
  • Febre;
  • Dor súbita que aumenta rapidamente;
  • O local da hérnia fica vermelho, roxo ou escurece;
  • Dificuldade para evacuar e eliminar gases.

Como diagnosticar hérnia abdominal?

O diagnóstico é feito com base na história clínica e exame físico do paciente. Ocasionalmente, são solicitados exames de imagem, como o ultrassom de parede abdominal ou a tomografia computadorizada.

Hérnia abdominal: tratamento

Muitas pessoas perguntam se há remédio para hérnia abdominal. A resposta é não. Infelizmente, não existe uma maneira adequada de tratar a hérnia abdominal sem cirurgia.  

Nesse sentido, o tratamento deverá ser sempre cirúrgico.

 No tratamento das hérnias inguinais e incisionais, telas de material sintético são inseridas no abdômen com o intuito de diminuir a chance de recidiva. 

Já as hérnias umbilicais e epigástricas, quando pequenas, podem dispensar o uso dessas telas.

Como é feita a cirurgia de hérnia abdominal?

Existem dois tipos de cirurgia para corrigir as hérnias abdominais. 

Cirurgia aberta 

Nesta cirurgia, o médico faz uma pequena incisão na virilha e empurra o tecido saliente de volta para o abdômen. Após isso, é feita uma costura no local e adicionada uma tela para reforçar a área enfraquecida e evitar recidivas.

Cirurgia minimamente invasiva (videolaparoscopia e cirurgia robótica).

O cirurgião faz pequenas incisões no abdômen. Então, é inserido um tubo pequeno em uma das incisões. 

Este tubo tem uma pequena câmera na ponta, que serve como guia para o cirurgião inserir instrumentos cirúrgicos por outras incisões. Assim, o cirurgião pode reparar a hérnia usando a tela.

Em ambas as técnicas, é indicado o uso de cinta abdominal pós cirúrgica de hérnia.      

As perguntas mais comuns sobre a hérnia abdominal

“Quem tem hérnia umbilical pode fazer abdominal?”

O ideal é que se evite exercícios que façam pressão no abdômen e possam empurrar a hérnia ainda mais para fora. Neste sentido, levantamento de peso, agachamento com peso entre outros, devem ser evitados. 

“Diástase abdominal e hérnia: qual a relação?”

A diástase abdominal é quando os feixes de tecido do músculo reto abdominal se afastam. Acontece comumente com mulheres que passaram por uma gestação ou sofrem de obesidade. 

Esse afastamento dos tecidos (diástase) pode facilitar o aparecimento de hérnias abdominais. 

“Tenho hérnia há muitos anos, preciso operar?”

Sim. A tendência, com o passar do tempo, é que a hérnia aumente e se torne mais difícil de tratar. Além disso, há o risco do estrangulamento de uma víscera abdominal, levando à necessidade de tratamento de urgência e risco de complicações pós-operatórias.

“Precisarei colocar tela?”

Para as hérnias epigástricas e umbilicais, a necessidade de uso de tela vai depender de cada situação. A decisão, muitas vezes, é tomada no intraoperatório. 

Já para as hérnias inguinais (na virilha) e incisionais, a tela é utilizada com o intuito de diminuir a chance de recidiva.

“De que material é feita a tela? Vai ficar no corpo para sempre ou vai ser retirada depois?”

As telas mais usadas são de polipropileno. Trata-se de um material inerte, resistente e que não é absorvido pelo organismo.

Após algumas semanas de pós-operatório, integra-se completamente aos tecidos. A tela não é retirada. Em situações específicas, pode ser necessária a utilização de telas compostas de outros materiais.

“E se houver rejeição?”

A rejeição à tela é bem incomum devido à tecnologia dos materiais utilizados. Entretanto, é possível haver infecção na ferida e, se necessário, a retirada da tela. Mas essa é uma medida extrema.

“Que tipo de anestesia é utilizada?”

Todas as correções de hérnia minimamente invasivas (por vídeo laparoscopia e robótica) necessitam de anestesia geral. 

Em casos de cirurgia aberta, pode ser realizada também a anestesia raquidiana ou até mesmo local, que é menos comum.

“Quanto tempo depois da cirurgia terei alta hospitalar?”

A alta hospitalar ocorre dentro de 24 horas após a cirurgia.

“Há alguma restrição alimentar?”

A princípio, não existe nenhuma restrição a alimentos específicos. Entretanto, é recomendado evitar alimentos que levem à prisão de ventre, como: bolachas, massas, pães e frutas com casca (maçã, pêra), por causa da necessidade de maior esforço para evacuar no pós-operatório.

“Precisa usar antibiótico?”

As cirurgias para correção das hérnias abdominais são consideradas limpas, mesmo quando se utiliza tela. Por isso, o uso de antibióticos é dispensável,  e não previne infecções posteriores.

“Quanto tempo para retomar a vida normal após a cirurgia?”

Geralmente, o paciente fica afastado do trabalho por quinze dias ou mais a depender da ocupação que exerça. 

Após um período de 30 dias já pode retomar a prática de esportes. Entretanto, esses períodos variam de acordo com o porte da cirurgia, local, perfil do paciente e recuperação.

Procurando ajuda para tratar hérnia abdominal

Embora seja possível se informar sobre a hérnia abdominal na internet, nada substitui uma consulta ao especialista.

Se você tem dúvidas sobre hérnia abdominal, ou desconfia que esteja com uma, procure um profissional qualificado para tratar a condição.

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