Cirurgia minimamente invasiva

O desenvolvimento tecnológico permitiu o conhecimento mais detalhado não apenas da anatomia, mas também dos mecanismos causadores da doenças (fisiopatologia) e, com isso, o aprimoramento das técnicas operatórias. Pinças, tesouras, sistemas de energia (bipolar, ultrassônica, etc.), grampeadores, seladores de vasos sanguíneos, visão ampliada de alta definição e tridimensional permitiram o franco desenvolvimento da videolaparoscopia. Procedimentos que eram realizados com grandes incisões (cortes), agora podem, em grande parte das vezes, ser realizadas com até 4 a 6 pequenas incisões de 0,5 a 1,0cm.

Mas, além do aspecto estético de não ficar com uma grande cicatriz no abdome, as vantagens dos procedimentos minimamente invasivos estão no menor índice de infecção de sítio cirúrgico, menor taxa de sangramento, recuperação pós-operatória mais rápida, menor índice de hérnia incisional e menores taxas de complicações cirúrgicas.

Mesmo em relação ao tratamento do câncer, que muitas vezes exige abordagens agressivas com ressecções extensas, os procedimentos minimamente invasivos têm ganhado cada vez mais espaço, por conta do nível de detalhamento e destreza que se tem alcançado, com resultados semelhantes ou até superiores aos da via cirúrgica aberta.

Sistema de Videolaparoscopia de Alta Definição e uso da Indocianina Verde
Sistema de Videolaparoscopia de Alta Definição e uso da Indocianina Verde

Sistema Robótico "da Vinci":

Confira os equipamentos

Braços Multi-Articulados
Braços Multi-Articulados
Braços Multi-Articulados
Controles e Pinças
Controles e Pinças
Controles e Pinças
Console do Cirurgião
Console do Cirurgião
Console do Cirurgião

©[2018] Intuitive Surgical, Inc.

A plataforma robótica da Vinci chegou no Brasil há 10 anos, mas apenas mais recentemente tem ganhado mais popularidade. Trata-se de um equipamento que auxilia o especialista na realização de procedimentos minimamente invasivos. É composto por um console no qual o cirurgião pode até ficar à distância, sentado, numa posição ergonomicamente favorável imerso em uma tela 3D de alta definição que reproduz a imagem de dentro do corpo do paciente. Deste console é feito o controle dos braços mecânicos do robô, que reproduz com toda delicadeza e destreza todos os movimentos realizados pelo especialista. Conectados ao paciente ficam os braços mecânicos com os instrumentos cirúrgicos e a câmera. 

Na cirurgia digestiva, sua aplicação está principalmente indicada em locais de espaço restrito, como a transição esofagogástrica e a pelve. Mas, a cada dia que passa, surgem evidências de que poderá se aplicar a praticamente qualquer cirurgia abdominal, desde hérnias até cirurgias hepáticas e pancreáticas. A cirurgia robótica já está mudando o paradigma dos procedimentos cirúrgicos mas, assim como foi a transição da cirurgia aberta para a videolaparoscópica convencional, leva tempo. Menor sangramento, procedimento mais anatômico, menos complicações, recuperação mais rápida para o paciente são apenas algumas das vantagens.

A grande limitação para a utilização disseminada da plataforma robótica ainda é o preço. Poucos hospitais no Brasil têm o robô (existem apenas cerca de 40 robôs no país sendo que a grande maioria está em São Paulo) uma vez que requerem um alto investimento das instituições e não há cobertura de planos de saúde (para a utilização da plataforma robótica). Apesar disto, a tendência é o barateamento dos custos por quebra de patentes, surgimento de novas marcas (concorrência) e tecnologias, e maior acessibilidade por parte da população.